top of page

Entenda toda a polêmica com o filme "Cats" e segue nossa crítica!

  • Diego Cosac
  • 13 de jan. de 2020
  • 13 min de leitura


ENTENDA A CONTENDA


“Cats” fez um verdadeiro barulhão no mundo da sétima arte! A contenda envolvendo o longa é enorme e uma das mais acirradas de todos os tempos. Mas não necessariamente pelo lado positivo infelizmente. Baseado na obra de Andrew Lloyd Webber e tendo sido anunciado que ninguém menos que o todo poderoso Steven Spielberg seria seu produtor executivo, então você logo pensa: Lloyd Webber e Spielberg juntos? Deve ser extraordinário e imperdível! Afinal dois midas do show business na mesma obra. Só que não é bem assim! Andrew Lloyd Webber e Steven Spielberg juntos bem que tentaram trazer uma animação de “Cats” nos anos 90. Mas o projeto nunca foi concluído. E então temos essa produção live-action recém lançada. Honestamente, critico cinema há muitos anos, muito embora o Cine Panorama tenha surgido há um ano somente, já escrevia em outras plataformas e veículos. Nunca vi uma repercussão tão negativa por parte da grande crítica em cima de um filme com tanto potencial como ocorreu com “Cats”. O que me fez escrever essa que é a minha maior crítica já publicada até hoje, pois o episódio necessita explicações particulares. A grande maioria dos críticos detestaram, abominaram mesmo e consequentemente massacraram o filme ao ponto de ser eleito “o pior de todos os tempos” ou “um atentado à arte”, “difícil de chegar até o fim”, “vergonhoso e constrangedor ao extremo” e “uma mancha no currículo de quem participou do projeto”. Mas não é bem assim. Tem coisas boas na obra. Sendo grande parte do ressentimento dos críticos oriundo da mágoa por não terem tido “cabine”, afetando o ego de tais profissionais. Fazendo com que um a um eles repetissem o que o outro disse, como um coro de igreja. Brincadeiras à parte, com todo respeito aos meus colegas, discordo mesmo! E muito me alegrou que o grande crítico e meu professor, Rodrigo Fonseca, tenha gostado do filme também. Não estou só afinal. Cheio de problemas sem dúvida, mas tem coisas que salvam “Cats”.


A TRAMA

A trama gira em torno da gatinha Victória que é abandonada nos becos de Londres a própria sorte. Lá passa a conviver com os Jellicle cats, ou os gatos Jellicle, termo que só os próprios podem definir. Um bando de gatos de rua cujos mistérios e peripécias vão sendo apresentadas em sequência ao longo do desenrolar da narrativa através de uma série de gatos diferentes e com distintas histórias. Esses gatos são místicos e a cada ano um é eleito para sofrer uma transformação renascendo para outra vida (dizem que os felinos possuem sete vidas não é mesmo?), podendo ser quem de fato gostariam de ser. Para isso cada gato canta uma música de apresentação contando um pouco de sua personalidade e trajetória. Indo, desta maneira, se eleito, para o Paraíso dos Sonhos, tudo orquestrado pela mais velha e sábia gata Deuteronomy. Assim a gatinha Victoria vai cada vez mais se aproximando dos outros felinos. O vilão, gato Macavity, faz desaparecer abduzindo os gatos competidores pouco a pouco, um a um. Há uma espécie de crença ou religião felina que dá ambição aos gatos de irem para tal “Olimpo dos bichanos”, dando também sentido e conflito não só à trama, mas ao vilão Macavity e faz o personagem funcionar.


A MÚSICA VALE O INGRESSO


Mas nessa “cama de gato” vamos por parte pois é complexo. Digamos que o mais atraente em um filme musical com a grife “Cats” seja a música, o que de fato é. Nesse mérito o filme já vale o ingresso tendo passagens que emocionam. O problema reside no fato de que esse “acerto” não diz respeito ao filme em si mas a matéria prima base do qual ele é feito. Trata-se de um dos mais bem-sucedidos musicais de palco já realizados no mundo. E ao contrário do que TODOS os críticos disseram, não é um sucesso da Broadway propriamente dito, mas do West End londrino já que foi lá a estreia e também o recorde em cartaz de 21 anos. Na Broadway está “apenas” há 18 anos. Sendo que o West End é responsável também pelas melhores montagens já feitas. Deixo claro que a peça de teatro é um produto britânico e não americano. No caso o filme é mezzo mezzo. E assisti tanto em Londres como em Nova Iorque. Baseado nos escritos de T.S. Eliot sobre gatos, musicados pelo gênio incontestável Andrew Lloyd Webber, “Cats” se tronou um extraordinário fenômeno com músicas eternas que conquistaram o imaginário popular de todo o globo. Nesse aspecto o longa é fiel a obra original tanto na narrativa como na trilha sonora e isso é um ponto positivo. Para quem não é muito fã do gênero musical, a película pode realmente ser cansativa pois é quase 100% cantada. E com a trama um pouco confusa, o que acontece também no teatro diga-se de passagem. Como ouço essas as músicas desde criança vibrei demais na cadeira do cinema, estando com elas em looping na minha mente até agora. Acho que vou cantá-las pela próxima semana. Efeito Lloyd Webber. Um crítico teve o disparate de dizer que não gostou das músicas, que é o ponto alto tanto do filme como da montagem teatral. Justificando que as achou chatas e enfadonhas sendo muito repetitivas. Ora, então esse tal também não teria gostado do musical original pois trata-se das mesmas músicas com leves mudanças, ou atualizações, principalmente nas letras e em umas batidinhas hip hop que justificam a “dança de rua”. Acho incrível também que a grande maioria de críticos brasileiros confessem nunca terem visto a peça original, não tendo assim contato prévio algum com a mágica de “Cats”, mas criticam de forma negativa tudo e todos os envolvidos na produção do longa. Digamos que o musical ficou famoso e o filme virou “famigerado”. Complicado é pouco. Mas verdade seja dita, não há uma música sequer que não seja absolutamente memorável.


ALTA EXPECTATIVA


Sendo justamente esse um dos problemas, com tanto “pedigree” em jogo, a adaptação não agradou. Expectativa alta demais, inclusive dos executivos que apostaram nesse projeto, definiu bem o fiasco de crítica e provavelmente de público que “Cats” vem amargando. Uma produção caríssima de 100 milhões de dólares, tecnicamente duvidosa e considerada bizarra ao extremo ao ponto de causar medo ou incômodo o suficiente para fazer rir. No entanto, muito barulho para pouca coisa. Não achei os gatos humanoides bizarros de forma alguma ou muito menos engraçados. Adorei certos aspectos da caracterização dos personagens e suas expressões. Bastante criativos. Misturando maquiagem com computação gráfica, com falhas sim, mas na maior parte do tempo convincentes. Há o problema das cabeças que parecerem flutuar e não acompanhar os corpos em algumas cenas, mas não em sua totalidade. Discordo com o fato de que o filme ficaria melhor em uma animação como foi tentado se fazer anteriormente (e a quantidade de filmes engavetados é quase proporcional aos realizados infelizmente). Acho que seria simplesmente outra proposta. Com tantos filmes com robôs, animais, monstros, aliens... humanoides, penso que o público pode “digerir” tranquilamente os gatos de “Cats”. Esse conceito vem do musical e deu muito certo, gatos humanos sim. Qual o problema? Muito mimimi por nada. Os críticos estavam muito incomodados com “gatos humanos”. O lobisomem é o que mesmo? Metade lobo e metade homem. E Minotauro? Metade homem e metade touro. O Chewbacca de “Star Wars” e o Primo IT de “A Família Adams” são o que? Sei lá, meio bicho e meio gente. Criaturas... Pateta, Pato Donald e Mickey, de Disney, são exatamente isso aí. Ora, e o carro que se transforma de “Transformers” ou o homem que voa de “Super-Homem”, pode? E a criatura aquática da hiper valorizada produção “A Forma da Água”, ganhadora até do Oscar, de Guilhermo Del Toro, pode? Criatura fazendo sexo com uma humana, o que caracteriza zoofilia ou bestialidade? Isso pode? Quanta hipocrisia. É uma ficção! E o que chamam de bizarro eu diria que é inovador. Basta se acostumar a este “certo olhar”. Muito embora o musical original tenha alcançado enorme sucesso, ele não vem a ser uma unanimidade, pois possui uma considerável taxa de rejeição e de haters. Cuja explicação talvez seja justamente essa dificuldade de se compreender gatos com formas e emoções humanas. Os próprios poemas de Eliot são considerados um devaneio nonsesnse desde sua forma original. E críticas já partiram de tal ponto. Alegadamente se critica não só a forma do filme mas seu conteúdo considerado simplório, afinal não há uma grande estória a ser contada. Comumente há essa falha no roteiro em que não há uma preocupação em se contar uma fábula, de fato, sendo o filme uma sucessão de números musicais. E é isso mesmo, simples assim.


DESAFIO


A verdade é que trazer um sucesso do porte de “Cats”, dos palcos para as telonas é um grande desafio, não só pelo peso que carrega, mas por problemas principalmente ligados a linguagem e a adaptação em si pois há coisas que funcionam no palco que não funcionam nos filmes e vice-versa. São artes totalmente distintas. Aconteceu o mesmo com a adaptação de outro musical de sucesso, esse sem precedentes, de Lloyd Webber, no caso “O Fantasma da Opera”, para o cinema. A crítica caiu em cima. Creio que os musicais que acontecem primeiramente no cinema seguindo carreira então nos palcos, como o Rei Leão e a Bela e a Fera, funcionem melhor dos que fazem trajetória inversa. Mas a verdade é que “Cats” flui.


ERROS DE EXECUÇÃO?


Tecnicamente o filme pode até ser mal-acabado por um lado, o que não condiz com uma produção desse porte e com tal orçamento, mas não o considero bizarro de forma alguma. E isso não chega a ser uma máxima que impeça a “degustação” da obra. O trailer do filme já vinha sendo duramente criticado pelos mesmos motivos. Considerado uma falta de respeito com o público pois o filme não teve acabamento. E de fato por problemas na execução, “Cats”, foi basicamente feito na montagem e na pós-produção. Algo considerado errado pois o filme deve ser realizado no set de filmagem. Com isso concordo inteiramente. Tendo sido entregue dias antes de seu release, sem o menor capricho em acabamento por assim dizer. O que pode constar como outro tipo “capricho”, sim a mesma palavra com diferente emprego, da Universal, sua distribuidora, em lançá-lo às pressas visando lucro e a temporada de prêmios. E uma adaptação de “Cats” para o cinema seria um candidato poderoso a ganhar todos os prêmios. Muito embora a própria Universal tenha desistido de alçá-lo a tal feito após a enxurrada de críticas bombásticas detonando o filme. De fato, o filme sequer foi divulgado propriamente e oficialmente, tendo em vista a sucessão de erros que tomou conta desta produção tida como totalmente desastrosa. Poderia ter se esperado e lançado “decentemente” depois? Sim, poderia. Um erro mercadológico investir tanto em um musical? Possivelmente também. Afinal acabou-se a era de musicais, da MGM, por exemplo, e Vincent Minelli nem é mais vivo. Mas é “Cats” afinal.


COMPUTAÇÂO GRÁFICA DUVIDOSA


Todos esses poréns não justificam, mas definem o mal-acabado CGI do filme. Com as sombras grotescas em volta dos atores em frente a tela verde, o uso excessivo de chroma key (muito embora o longa “300”, sobre a legião de espartanos também tenha feito exatamente isso) e o os pulos voadores dos gatos mal retocados. Há também uma pouca criteriosa noção de espaço e proporção onde os gatos do filme aparecem em alguns momentos grandes ou pequenos demais em relação aos cenários e objetos cênicos, ao ponto de os gatos terem sido chamados de “ratos” em alguns momentos. O cenário artificial ou estilizado pode ser visto como um erro, mas também como um recurso plástico lírico em alusão e homenagem ao teatro e ao palco de onde originariamente “Cats” vem. O cinema tende a ser tão naturalista que chega a ser enfadonho em tal preceito não admitindo, intransigentemente, nenhuma licença poética. Todas essas críticas são válidas, mas não ao ponto de invalidar a obra por completo como querem pintar, como se “Cats” fosse um holocausto fílmico e cinematográfico. Erros técnicos e de produção, de fato, a grande maioria dos filmes realmente apresenta.


OS ACERTOS


Mas vamos para as coisas boas: O elenco é formidável juntando nomes de peso como a ganhadora do Oscar, Judi Dench e Ian Mckellen, feitos “dame” e “sir” respectivamente pela rainha Elizabeth II. Dos maiores e mais renomados atores britânicos de todos os tempos. Tendo ainda Taylor Swift e Jennifer Hudson... entre outros. E continua a recente mania de se dar um papel secundário para uma pop star nos filmes, o que acontece em “Cats” com Taylor Swift e em “Um Dia de Chuva em Nova Iorque” com Selena Gomez, ambos recentemente lançados. No caso, o papel Swift nem secundário é, pode ser considerado terciário pois ela aparece muito pouco. Embora se especule inclusive que certos artistas tenham exigido diminuição no tempo de execução de tela no processo da manufatura do longa, sinceramente gostei de certas performances.


A ESCOLHA DO DIRETOR


O experiente diretor Tom Hooper acabou optando por voltar para a trama principal toda vez que as tramas particulares de cada personagem eram evidenciadas e contadas, cortando o barato e fazendo dos personagens, talvez, rasos demais. Muito provavelmente para não perder o fio da meada e levando em conta a máxima que “o show deve continuar”. Tom Hooper, considerado muito burocrático, tem seus grandes êxitos em obras como “O Discurso do Rei”, pelo qual ganhou um Oscar e “A Garota Dinamarquesa”. E experiência em musicais tendo dirigido para tela grande “Os Miseráveis”, aclamada e reverenciada adaptação, que funcionou bem nos cinemas, do musical de palco que por sua vez é baseado na obra prima homônima do clássico romancista Victor Hugo. Mas vejo Hooper como uma escolha correta, pois além disso tudo, ele é parte britânico. Gostei das coreografias, dos balés e das performances de dança, o problema reside na captação das imagens e planos que não fazem jus ao espetáculo. Sendo mais um problema de enquadramento e de ângulos no final que não captam a beleza dos gestos dos atores e bailarinos.


ELENCO DE PRIMEIRA

Francesca Hayward, que interpreta Victoria, por exemplo é eximia na precisão de seus passos, também com uma voz doce e angelical. Sendo Francesca simplesmente a prima bailarina do Royal Ballet em seu primeiro papel no cinema. O cantor, compositor e dançarino Jason Derulo, um deus de ébano, americano com origem no Haiti, que interpreta Rum Tum Tugger, me chamou atenção pela voz estupenda com agudos extraordinários e a bossa de sua dança. Quem brilhou também foi Jennifer Hudson no papel da gata Grizabella pois tem a árdua tarefa de cantar o hit “Memories”. Um peso enorme visto que tal canção ficou mundialmente conhecida na voz de ninguém menos que Barbra Streisand. A voz das vozes femininas. Ela se sai muito bem. Gosto de como há uma pequena mostra de “Memories” no início do filme deixando um gosto de quero mais, sendo o espectador agraciado com uma versão maior no final. Em pensar que “Memories” era uma das músicas preferidas de meu falecido avô. Deslumbrantemente executada no momento mais arrebatador do filme nos levando ao etéreo. Como seria maravilhoso se a vida real fosse um musical onde nos expressamos através de dança e canto não é mesmo? Demonstrando alegria, por exemplo, exacerbando o corpo, a mente e o espírito dançando e cantando. É a verdadeira essência da arte performática, do entretenimento, do showbusiness... que os franceses divulgaram com seus cabarets, os ingleses consagraram com seus musicais e os americanos aperfeiçoaram de vez levando à um outro patamar com a sua Broadway e também sua Hollywood. Todos do elenco são impecavelmente afinadíssimos.


DEMIAS CONSIDERAÇÕES


Não há beijos no filme, afinal os gatos demonstram afeto através de afagos. Sacação bacana essa. No final uma grandiosa sequência com um lustre me deixa a pensar que Lloyd Webber, como eu, deve de fato adorar lustres... Em “O Fantasma da Opera” também o lustre protagoniza um importante momento na obra, no caso despencando e em “Cats” sendo alçado ao céu. O contrário um do outro. Por fim, “Cats” tem outra dinâmica que gosto, particularmente, em musicais, pois vai em uma constante crescente até o fim. Nos levando, e porque não nos elevando, cada vez mais e mais além. Andrew Lloyd Webber é um grande connaisseur e a amante da era vitoriana, sendo inclusive um dos maiores e mais renomados colecionadores de arte vitoriana do mundo tendo chegado a dizer que “fazia música para poder colecionar arte (vitoriana)”. E referências a tal paixão pelo período de reinado da rainha Vitória estão ao longo de toda obra. A protagonista chama-se Victoria, muitas menções à soberana e à Victoria Grove. Londres parece ser o cenário ideal para grandes musicais mesmo já que tanto “Cats”, como “Mary Poppins”, por exemplo, exploram bem a paisagem e o skyline dramático daquela que vem ser a maior metrópole europeia, nos mostrando muitos hotspots como o Big Bang, o Tamisa, Picadilly Circus, Trafalgar Square e a National Gallery. Lugares que frequentava quando morei na cidade. Há uma passagem, de fato uma elipse, muito linda quando o gato da ferrovia, Skimbleshanks, em seu número de sapateado, passa de um ambiente interno para o exterior atravessando os trilhos do trem com Londres ao cair da noite, o Tamisa e o Parlamento de fundo, sendo seguido pelos outros gatos. Um crítico chegou a dizer que essa cena era bizarra pois alguns gatos batiam palmas e os outros batiam os pés. Como se não pudesse se fazer ambas as coisas. A cena derradeira é linda, tendo aurora (luz incrível) em Londres, com os gatos em plena epifania generalizada sobre os icônicos leões de Trafalgar Square. Outra sacação genial. Afinal, o que são leões se não gatos grandes e majestosos? Nesse momento Judi Dench, ou melhor Deuteronomy, quebra a quarta parede, algo raro e ousado para o cinemão Hollywoodiano, se comunicando com a câmera e diretamente com o público nos decifrando a “alma” felina. Com frases como “no fim, os gatos são como vocês” e “gatos não gostam de familiaridade”.


SOBRE ANDREW LLOYD WEBBER


Os críticos mais ferrenhos chegaram a se perguntar como Andrew Lloyd Webber, feito barão Lloyd Webber pela rainha Elizabeth II por sua inestimável e incalculável contribuição para as artes e cultura britânica, havia permitido que sua obra fosse “desmoralizada” com uma produção tão pecaminosa como o longa “Cats” envolvendo seu nome em um “produto” de tão baixa qualidade? Mas se esquecem que Lloyd Webber tem cartucho de sobra para gastar com tiros errôneos pois já acertou muito, muito, muito na vida. E sua vida e obra o caracterizam como uma verdadeira instituição nas artes e uma instituição de reputação altamente ilibada diga-se de passagem. Se tornou um mago dos musicais arrebatando prêmios e mais prêmios, de Oscars à Tonys, aos montes. Além de público cativo e muito dinheiro virando uma das maiores fortunas daquele país e uma das maiores fortunas do show business. Algo em torno de 820 milhões de libras (feita com teatro, o que é raro, tendo em vista que ele é um verdadeiro self made man). E seu brilhantismo e sucesso não se resumem ao prodigioso “Cats”, pois ele também é responsável por outros grandes musicais de enorme sucesso como “Evita” e “Jesus Christ Superstar”. Tendo seu maior êxito, de longe, no lendário “O Fantasma da Opera”. Sendo esse o musical mais icônico de todos os tempos. Constatar que os maiores musicais têm sua trilha assinada pelo mesmo homem é de fato é espantoso. Colocando Lloyd Webber no patamar dos maiores músicos da contemporaneidade e um verdadeiro hit maker como Michael Jackson ou Elton John. Cada musical dele tem sua música de maior sucesso, como “Memories” de “Cats” eternizada por Barbra Streisand, “Don´t Cry For Me Argentina” de “Evita” eternizada por Madonna e a música tema de “O Fantasma da Opera” do musical homônimo, eternizada por Sarah Brightman, algumas das mais consagradas cantoras vivas, que estão entre as maiores composições já feitas. Inclusive trazendo para si e para o Reino Unido mais um título global na indústria fonográfica que duelou e rivalizou com os EUA nas últimas décadas. Pois a briga vinha com o rock de Elvis versus o dos Beatles, EUA xs Reino Unido. Broadway xs West End. Briga de cachorros grandes. E no fim Lloyd Webber vence essa guerra de braço. Por tudo isso citado, acredito que vale a pena assistir “Cats” sim. Não é uma obra prima, longe disso, mas nem só de obras primas vive o cinema não é mesmo? Ou a arte? Até porque o que faz uma obra prima é o fato das outras e grande maioria, não serem primas e somente obras. Nem todos são Da Vincis ou Caravaggios after all my dears.

 
 
 

Comments


  • Facebook
  • Twitter
  • LinkedIn

©2018 by Cine Panorama. Proudly created with Wix.com

bottom of page