Em cartaz: Crítica de Jurassic World – Reino Ameaçado
- Diego Cosac
- 19 de jun. de 2018
- 3 min de leitura
Mais um filme da franquia Jurassic Park está em cartaz trazendo uma nova trama envolvendo os famosos dinossauros criados inicialmente pelo gênio Steven Spielberg. Aliás, a cada filme o mago dos blockbusters de verão fica ainda mais rico (alguns milhões somados à sua fortuna bilionária, uma das maiores do showbusiness) e esse parece ser o maior mérito dessa produção; trata-se do legado de um dos maiores nomes da história do cinema - Steven Spielberg. Nesse filme, os dinossauros encontram-se ameaçados por um vulcão que entra em erupção na ilha em que vivem, um grupo de ativistas luta pela vida dos répteis gigantes. Como é esperado em um filme desse gênero, há muita aventura, ação, cenas espetaculares de explosões e destruição, além de efeitos especiais de primeira. Destaque para a lava do vulcão absolutamente perfeita. Tudo o que esperar de uma mega produção Hollywoodiana está lá. Muito embora sem nenhuma grande estrela no elenco, o filme é de fato eletrizante e cheio de peripécias que tornam os objetivos dos personagens cada vez mais difíceis de serem alcançados conforme a trama avança. Mas a produção peca por ser um grande clichê. A onipresente tempestade que aparece em todo e cada filme da franquia está lá, todo filme Jurassic Park chove torrencialmente! Outros grandes clichês também compõe o filme, como cenas em que os personagens principais estão encalacrados por um dinossauro faminto, parecem sem saída e, no melhor estilo deus ex machina, outro dino aparece para brigar com o réptil que está os ameaçando mudando o foco da fera que entra em combate e eles acabam oportunamente salvos – essas cenas já cansaram pois fazem parte do primeiro filme e são exaustivamente refeitas em todos filmes da série. Nem a direção de J.A Bayona, trazendo sua pitada de fantasia sombria (misturada com horror), que se viu em seus outros filmes como Sete Minutos Depois Da Meia Noite e O Orfanato, segura a dramaturgia pobre e uma narrativa cansada. É importante ressaltar que por mais que os efeitos especiais no cinema avancem a cada dia, os dinos de Spielberg continuam insuperáveis. Tecnicamente o filme é impecável, o som me chamou atenção por ser espetacular! Aliás, isso me lembrou um fato curioso sobre o som da primeira produção Jurassic Park: Spielberg e sua equipe não sabiam como fazer os sons dos dinossauros já que a ciência nunca explicou que grunhidos afinal faziam as bestas gigantes que habitaram a Terra milhões de anos antes de nós. Nenhuma corda vocal em estado decente foi encontrada até hoje para esclarecer, por exemplo, qual era o barulho de um Velociraptor ou do T-Rex. Então Spielberg inventou uma solução: mixou sons de diversas feras de nossa era, como elefantes, leões e tigres criando um som para os dinossauros. Algumas cenas impressionam, como quando vários dinos de diferentes espécies são reunidos em um só recinto fechado, uma originalidade desse filme em específico que não se viu nos outros Jurassic Parks. Há uma cena no final do filme com efeito flair - quando o domador interpretado por Chris Pratt encosta no focinho da velociraptor Blue – que realmente saltou aos olhos e o filme tem várias cenas marcantes. O filme levanta algumas questões polêmicas, como até onde devemos ir para defender uma causa? E fica uma lição de até onde os humanos devem interferir artificialmente no curso da natureza? Por um lado há avanços na medicina e na ciência com o uso de células tronco, por exemplo, mas por outro lado brincar de Deus pode ser uma brincadeira perigosa que fará a humanidade pagar um preço muito caro. Outra bandeira válida levantada é da defesa dos animais. Por fim, tem a deliciosa trilha icônica de John Williams que já vale o ingresso. O filme entretém!
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