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Em cartaz: Crítica de Anna Karenina: A História de Vronsky

  • Diego Cosac
  • 30 de jun. de 2018
  • 2 min de leitura

Este filme foi lançado em um momento oportuno, onde a Rússia está em alta sediando a Copa do Mundo. Um deleite visual, esta mega-produção russa encanta qualquer audiência pelo fausto e o requinte da direção de arte! Os figurinos dignos de um Oscar e cenários megalomaníacos compõe uma ambientação primorosa. Mas o longa vai muito além da estética! Entre o amor e a honra, em meio a visons, belos uniformes e crises de ciúmes, este longa adaptado da literatura, de uma obra que é considerada uma das mais emblemáticas do séc XIX assinada por um dos maiores romancistas russos Leo Tolstoy, conta a estória de uma dama, Anna Karenina (Elizaveta Boyarskaya), que decide abandonar o marido rico Karenin (Vitaly Kishchenko) para ficar com seu amante Conde Vronsky (Maksim Matveev) chocando a alta sociedade em uma época onde este tipo de escândalo era muito sério e elevado a décima potência. O diretor, roteirista e produtor Karen Shakhnazarov tem seu mérito pois levar uma trama tão manjada e exaustivamente explorada para as telonas é um desafio e tanto. Há inúmeras adaptações desta mesma obra, uma inclusive de 2012 de Joe Wright com Keira Knightley e Jude Law, mas Shakhnazarov consegue imprimir sua marca ao optar por contar a estória por um diferente prisma; através dos homens de Anna Karenina e não pelas lentes da própria! A inovação está no fato do filme ser contado através de flashbacks puxando pela memória do Conde Vronsky, uma ousadia pois poderia tirar o protagonismo da famosa personagem principal. Há sequências lindas como o grande baile que me remeteu à obra prima de Luchino Visconti O Leopardo. Há sequências impressionantes também, como a corrida de cavalos onde diversos equinos caem formando quase que um balé de desastres, sendo momento crucial para a trama que culmina na confissão da heroína para seu marido onde ela decide assumir seu caso com Vronsky. O filme é lindo, mas, no entanto, a produção peca pela linguagem, puxando mais para a teledramaturgia do que para o cinema de fato já que esta produção inicialmente foi feita para a TV russa em 8 capítulos (como a Globo costuma fazer aqui no Brasil). Talvez assisti-la como uma minissérie tenha sido mesmo mais apropriado. Apesar da obra ter sido escrita séculos atrás, a temática nunca foi tão atual pois Tolstoy, um homem a frente de seu tempo, lida com o que chamamos hoje de “empoderamento” feminino e a quebra de certas convenções sociais e matrimoniais, com muita naturalidade como se a trama fosse absolutamente contemporânea. Altamente recomendado!

 
 
 

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