Em cartaz: Crítica de Oito Mulheres e Um Segredo
- diegocosaco
- 17 de jul. de 2018
- 2 min de leitura
A franquia Onze Homens e Um Segredo continua rendendo, agora a sua versão feminina (e feminista) Oito Mulheres e Um Segredo, conta o esforço da irmã do personagem Danny Ocean (interpretado inicialmente por Frank Sinatra e depois por George Clooney), Debbie Ocean (Sandra Bullock), para roubar um colar de diamantes da Cartier avaliado em 150 milhões de dólares durante o glamouroso Baile de Gala do Metropolitan, em Nova York. Produzido por Steven Soderbergh, que dirigiu os filmes da trilogia original, esta produção conta com a direção de Gary Ross que traz para o filme um humor gracioso e certa leveza, apoiado no elenco estelar, que além de Bullock, conta com nomes como Cate Blanchett, Helena Bonham Carter, Anne Hathaway e Rihanna. Este filme não conta com o brilhantismo de Soderbergh na direção, o que faz total diferença, uma vez que a ousadia é impressa na direção dele nos filmes da trilogia original, enquanto Gary Ross não se arrisca da mesma maneira nesta película. Não há aquela fluidez de planos e o ritmo do filme por vezes desacelera. Uma vitória do filme foi trazer com louvor o mundo feminino para dentro de um tipo de filme majoritariamente masculino. Para tal, uma ambientação repleta de itens da moda como vestidos, joias, maquilagem, a temida editora da Vogue americana Anna Wintour e um toque lesbian chic foi necessário. Que bom que o mundo mudou e um casal de lésbicas femininas e sofisticadas hoje é mais aceito! Pois é impossível esquecer que nos idos anos de 1998 quando a novela Torre de Babel tentou abordar o mesmo tema trazendo duas personagens em semelhante situação (o casal Leila e Rafaela - interpretadas respectivamente pelas belas e elegantes Silvia Pfeifer e Christiane Torloni), o resultado foi desastroso e a Rede Globo, baseada na rejeição popular, tomou uma medida drástica matando as duas personagens na famigerada sequência da explosão do shopping center. O mundo progrediu desde então! A apresentação das personagens, por exemplo, apresenta certos problemas: Estas cenas desenrolam praticamente como slides mostrando uma deficiência na decupagem. O filme só ganha mais ritmo quando o ambicioso plano de roubo entra em ação, sendo esta obra uma inusitada mistura de The Thomas Crown Affair com O Diabo Veste Prada. A trilha sonora, que conta com pérolas de Charles Aznavour e Amy Winehouse, é um ponto forte do filme, bem como o fato de ser politicamente incorreto ao mostrar que o crime por vezes compensa sim! O ápice disso é o momento onde Debbie Ocean diz a célebre frase: “Em algum lugar há uma garotinha que sonha em ser uma criminosa”. E estas oito mulheres mostram exatamente como fazer isto!
Comments