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Em cartaz: Crítica de Troca de Rainhas

  • Diego Cosac
  • 20 de ago. de 2018
  • 2 min de leitura

Troca de Rainhas é uma bela produção francesa de época que nos transporta para o ano de 1721 quando em uma tentativa de apaziguar as relações entre França e Espanha, em guerra há anos, o que resulta no enfraquecimento de ambos os reinos, o Regente da França, Philippe de Orleans, propõe uma audaciosa medida: uma troca de princesas! Sua filha, Mlle de Montpensier, se casaria com o herdeiro do trono espanhol, o Príncipe de Astúrias e o monarca francês Luis XV, então com 11 anos, se casaria com a infanta de Espanha Ana Maria Victoria, de apenas 4 anos. Este filme conta com louvor esse período ainda pouco explorado com fidelidade à História, algo raro pois filmes históricos geralmente não inspiram muita confiabilidade. Mas a assinatura de seus realizadores garante seu valor histórico. O romance de Chantal Thomas, de onde este filme foi adaptado, contou com pesquisas históricas importantes sendo o mais fidedigno aos fatos possível e a busca pela história real acaba sendo o seu grande marco. Adaptado para o cinema à quarto mãos, por Chantal e pelo próprio diretor Marc Dugain, romancista, roteirista e cineasta reconhecido por sua predileção por obras históricas, fazem do filme um lindo relato de como medidas drásticas, como expor crianças a situações difíceis e cruéis como casamentos forçados em terras longínquas, acabavam sendo medidas palacianas viáveis naqueles tempos. E a narrativa nos mostra como estas crianças acabavam sendo moeda de troca e barganha nos jogos do poder de uma impiedosa monarquia absolutista decadente e endividada que culminaria na Revolução Francesa algumas décadas depois. Tudo com a sombra constante das epidemias de varíola e da peste que rondavam não somente os casebres dos plebeus, mas também os grandes palácios. A entrega do elenco é um ponto forte, sendo louvável as interpretações do elenco infanto-juvenil. Esta produção salta aos olhos pelo refinamento da direção de arte e da fotografia, me fazendo lembrar da película Maria Antonieta de Sophia Copolla. O fato de ter sido filmada inteiramente em locações ajuda a compor tal ambientação imergindo o espectador nas cortes do antigo regime e nos salões e corredores do château de Versailles.

 
 
 

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