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Em cartaz: Crítica de O Animal Cordial

  • Diego Cosac
  • 27 de ago. de 2018
  • 2 min de leitura


Há uma nova leva de filmes de terror brasileiros que estão fazendo carreira, inclusive internacionalmente como As Boas Maneiras que mereceu destaque na tradicional e renomada revista Cahiers du Cinéma. É valido ressaltar que cada vez mais o interesse do público neste tipo de filme aumenta consideravelmente. A diretora e roteirista Gabriela Amaral Almeida entra na leva desses cineastas que levam o gênero para um outro patamar em solo nacional. Em O Animal Cordial, sua perturbadora produção de estreia, ela passeia pelas entranhas de corpos estripados e também pelas entranhas do psicológico da natureza humana. Quando um restaurante em São Paulo é assaltado, seu dono transforma o local em um verdadeiro matadouro deixando aflorar uma personalidade violenta e doentia, tudo regado a muito sangue - as vezes de forma até gratuita. A personalidade dos outros personagens, exploradas a fundo sem maneirismos, também compõe a narrativa surpreendente. O filme tem seus méritos como abordar temas inerentes a contemporaneidade sem levantar bandeiras: homofobia, feminismo e xenofobia são alguns deles. Lembrando uma peça teatral já que a ação ocorre basicamente no mesmo cenário, poucos atores dão vida brilhantemente aos complexos personagens nesta produção enxuta. A busca por um terror tupiniquim é a grande valia dessa leva de filmes. Abençoados pela trajetória de José Mojica Marins, o Zé do Caixão, que abriu caminho para que hoje se produza terror de boa qualidade no Brasil. O produtor Rodrigo Teixeira, que já produziu sucessos como Me Chame Pelo Seu Nome, ganhador do Oscar de melhor roteiro adaptado este ano, diz que “Conversamos rapidamente sobre o projeto, me interessei. Em pouquíssimo tempo ela (Gabriela Amaral Almeida) me apresentou um argumento, foi coisa de seis dias, o material era muito bom...” E Rodrigo vai além, tendo no currículo a produção nos EUA do misterioso filme de terror A Bruxa , ele declarou: “Em comparação a outros gêneros, sinto que a nossa produção de terror ainda precisa amadurecer. Digo isso, porque acho importante, como uma cinematografia nacional, buscarmos nossa autenticidade em relação a um gênero. É isso que nos dá destaque, e também faz despertar o interesse no público. Temos exemplos recentes, e fico animado, com filmes que têm surgido e que trabalham o gênero terror e suspense com questões que são nossas, trabalhando com as referências e as chaves próprias do gênero, mas sem obrigatoriamente mimetizar o que vem de fora.”

 
 
 

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