Em Cartaz: Crítica de Bohemian Rhapsody
- Diego Cosac
- 24 de nov. de 2018
- 2 min de leitura
Emocionante, esta produção contagia a plateia com a energia vigorosa da lenda Freddie Mercury tanto nos palcos como fora deles. Tudo embalado pelos atemporais hits do Queen. A fotografia é linda, a direção de arte precisa e o tema super válido, mostrando que a banda, após tantos anos, ainda possui um grande apelo popular - um dos motivos que podem explicar o sucesso de bilheteria do longa. Há belas passagens como quando se mostra a praia de Ipanema ao fundo quando a banda vem tocar no Rock in Rio (um momento crucial na vida dos integrantes do Queen) e ousadas câmeras que passeiam pela plateia no concerto Live Aid. Tudo ajuda a imergir os espectadores na narrativa. As principais críticas giraram em torno principalmente do fato deste filme, muitas vezes, não ser fiel à verdadeira história da banda e seus personagens, explorando pouco certos aspectos da trajetória de Mercury como os romances e o abuso de drogas. Talvez pelo filme ter sido “encomendado” pela própria banda o que se mostra são cenas idealizadas e vemos um Freddie Mercury de fato romantizado ora próximo do real mas muitas das vezes o oposto disso. O roteiro peca pelo fato de não procurar entender o que fez de todos os integrantes do Queen serem tão distintos (beirando a excentricidade) entrando para os anais da História. O filme explorou superficialmente o que Mercury tinha a dizer em uma época onde ele era um porta voz da juventude ditando tendências, moda e comportamentos, desafiando assim o sistema e os costumes da época. O roteiro de Anthony McCarten traz um pouco mais do mesmo, começando com a origem da banda, os primeiros hits emplacados, as intrigas internas que culminam na separação do quarteto e por fim o retorno triunfal no Live Aid de 85, uma velha fórmula, um grande clichê, quando se trata de cinebiografias de artistas consagrados. Senti falta de certas passagens como o antológico dueto de Mercury com a diva da ópera Montserrat Caballé na abertura das Olimpíadas de Barcelona. Por outro lado, a escolha do elenco é primorosa, o destaque vai para Rami Malek que interpreta Mercury e faz um trabalho que beira o brilhantismo. Interpretar Freddy Mercury, uma figura quase inimitável, foi o maior desafio. Todos os trejeitos estão ali. Quanto a voz, esqueça o playback, um recurso ousado foi necessário para chegar ao resultado final: a voz de Malek foi mixada a de um outro cantor e depois a voz do próprio Mercury criando um efeito incrível! O resultado é convincente. Sem a performance de Malek o filme teria sido um retumbante fracasso, portanto podemos dizer que ele leva o filme nas costas. É altamente recomendado!
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