Em Cartaz: Crítica de O Gênio e o Louco
- Diego Cosac
- 9 de mai. de 2019
- 2 min de leitura
A tarefa é das mais àrduas; compilar toda a língua inglesa em um dicionário. Baseado em fatos reais, O Gênio e o Louco se passa no século XIX e cruza as histórias de dois homens notáveis. Trata-se do professor James Murray (Mel Gibson) e o atordoado médico do exército americano W.C Minor, extraordinariamente interpretado por Sean Penn. Os dois não teriam se conhecido caso não fosse confeccionado o dicionário da língua inglesa de Oxford. A mais antiga instituição de ensino do mundo e uma das mais prestigiosas até hoje também. O filme peca por fazer dar narrativa extremamente linear. Enquanto um personagem sofre, o outro sofre também. Enquanto um personagem triunfa, o outro triunfa também. E assim por diante... Porém isso não chega a ser um problema de fato, é apenas uma falha de roteiro. Enquanto o personagem de Mel Gibson se destaca pela força, o personagem de Sean Penn pela fragilidade. O primeiro luta por um espaço no restrito meio acadêmico de Oxford e o segundo sofre com o peso sombrio da esquizofrenia em um manicômio judiciário. O mais interessante do filme é como personagens tão distintos se encontram e se tornam bons amigos. A direção de Farhad Safinia é competente. Ele conduz o longa, que sem grandes apelos de cenas de ação (tirando poucas cenas de guerra) em momento nenhum se torna enfadonho para o grande público acostumado a grandes produções de Hollywood. Muito embora o filme seja uma boa composição de época. A direção de arte extremamente competente. Tudo se resume a uma questão de ritmo impresso ao filme. Isso também é notável. Há que se ressaltar o brilhantismo da atuação de Penn que conseguiu mergulhar profundamente em seu personagem nos passando a angústia inerente. Fico me perguntando como que uma história dessas, e com mais de 150 anos, nunca havia sido contada antes nas grandes telas? Altamente recomendado!
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