Democracia em Vertigem, um engodo cinematográfico!
- Diego Cosac
- 8 de fev. de 2020
- 2 min de leitura

O polêmico documentário nacional "Democracia em Vertigem", concorre ao Oscar, ficando impossível não evocar a figura de Leni Riefenstahl. Cineasta alemã talentosa mas famosa por fazer propagandas para o partido nazista. Era simpatizante da estética deles. Boa cineasta, sim na forma, mas seu mérito como artista da 7a arte ficou reduzido à um conteúdo comprometido com partido político que tentou maquiar seus erros capitais. Exatamente o que acontece com esse doc, obra sem comprometimento com ethos, lembrando propaganda política, despreocupada em mostrar a verdade mas em enaltecer um reduto político-partidário tomado por escândalos de corrupção em todos os graus e instâncias. O doc não é ruim, mas é tendencioso, reducionista, sem preocupação com a realidade! Se ainda fosse classificado como "ficção"... E uma diretora brasileira se destacar no tapete vermelho é ótimo para meu ofício como cineasta conterrâneo e para o tal de empoderamento feminino. Logo eu que estou a frente do doc sobre a diva Bibi Ferreira, que remo contra a maré insistindo como empresário e investidor do nosso cinema, através da minha Crystal Pictures Entertainment e que critico no site Cine Panorama. Desde criança sonho com um Oscar para o Brasil. Como sonho com um Nobel também. Torci em "O Quatrilho", "O Que É Isso Companheiro", "Central do Brasil", para Fernanda ganhar. E e nas outras ocasiões seguintes. De Fernando Meirelles em "Cidade de Deus" até Carlos Saldanha com suas brilhantes animações. Lamentei todas as derrotas. Adoro o trabalho do Rodrigo Teixeira. Mas como brasileiro me sinto envergonhado e aviltado de uma obra com esse teor nos representar no maior prêmio da indústria cinematográfica mundial. Como cineasta e cinéfilo poderia vibrar mas como cidadão brasileiro enfio minha cabeça em um buraco, como uma avestruz, de desgosto. Se o prêmio não rolar, será a 1a vez que não lamentarei a derrota de um conterrâneo meu em uma premiação como essa. A performance de "Bacurau" em Cannes, ano passado, foi louvável. Todos os louros para Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. Mas esse doc no Oscar só confirma quanto nossa sociedade e boa parte da classe artística está adoecida. Lamentável!
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