Consagrado diretor Joel Schumacher nos deixa aos 80 anos!
- Diego Cosac
- 25 de jun. de 2020
- 2 min de leitura

Joel Schumacher nos deixou no último dia 22, vitimado por um câncer, abrindo uma lacuna no cinema. Schumacher começou sua prolífica carreira como vitrinista e figurinista e nos anos 80 foi alçado ao patamar de diretor. Na época nos entregou importantes obras como a adaptação contemporânea de “O Mágico de Oz”, estrelando ninguém mais, ninguém menos, que Diana Ross e o rei do pop em pessoa, Michael Jackson, apesar de nunca ter dirigido uma obra prima de fato como alguns de seus colegas. Dos mais estetas dos grandes diretores de Hollywood, Schumacher entendia a estética como forma de contar uma estória a incluindo na narrativa de seus filmes, fazendo dela quase um personagem ativo e levando o belo sempre como prioridade em caprichadas produções cinematográficas. Era um esteta no sentido mais literal da palavra, evocava aquele espírito dos grandes dândis da era vitoriana inglesa, levando em conta a máxima que “a forma de seus filmes são mais importantes que o conteúdo”. Se você tem um belo filme para mostrar talvez não precise dizer muito. O que ele fez em produções como o “O Fantasma da Ópera”, belíssima produção, arte impecável, mas super criticada adaptação para o cinema do mega-hit homônimo de Andrew Lloyd Webber, sucesso da Broadway e do West End londrino, maior obra prima dos musicais de palco. Dirigiu importantes títulos ao longo de sua carreira, como “Garotos Perdidos”, “Por um Fio” e “Um Dia de Fúria”... como se mostrou o diretor que mais compreendeu e explorou a franquia Batman. Mais até que o genial Tim Burton e que o competente Christopher Nolan. Em “Batman Eternamente”, de 1995 e “Batman e Robin”, de 1997, Schumacher deixou os maneirismos de Tim Burton de lado que por sua vez puxou o filme para o seu universo sombrio, gótico e soturno, baseando-se na onda de quadrinhos da época com o sucesso de Frank Miller e Denny O'Neil. Schumacher conseguiu entregar o Batman mais digerível, o mais previsível com soluções fáceis para as situações, quase deus ex machina, e aquelas frases de efeito “ridículas” mas que e levaram os fãs ao delírio. O magnata desiludido que consegue virar um justiceiro limpando as ruas de malfeitores através das armas fabricadas pelo império de sua família Wayne – simples assim e complicado da mesma forma. Importante lembrarmos que Batman e sua Gothan City é uma crítica em alusão à Chicago da época em que o personagem foi criado e a latente criminalidade urbana que crescia com as máfias. Por seus trabalhos Schumacher foi indicado para os prêmios Palma de Ouro e Urso de Ouro, entre outros e tronou-se um dos mais dedicados e comprometidos diretores de cinema do mundo.

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